Os mais antigos ocupantes do atual território zimbabuano foram os povos de línguas khoisan. A partir do século XI, com a invasão de povos de línguas bantas, as populações originais khoisan foram forçadas a ceder a região para os invasores. Esses povos bantos criaram, nos séculos XIII e XIV, o Império Monomotapa, que dominou uma vasta área no sul da África, explorando as minas de ouro da região e comerciando escravos e metais através da costa do Oceano Índico. Sua capital era situada na Grande Zimbábue, da qual restam ruínas até hoje. Quando, em 1607, o monarca monomotapa concedeu aos portugueses a exploração do subsolo da área, o império já se encontrava em declínio.
No final do século XIX, os ingleses, dirigidos por Cecil Rhodes, começaram a colonizar a região com o objetivo de mineração. A riqueza da terra atraiu muitos europeus, ficando a população branca a dominar o país. Em 1921, a colónia autônoma se proclamou como Rodésia do Sul. Em 1953, o Reino Unido, temeroso da maioria negra, criou a Federação da Rodésia e Niassalândia, composta pela Rodésia do Norte (atual Zâmbia), Rodésia do Sul (hoje Zimbábue) e a Niassalândia (atual Malauí). Em 1964, o Reino Unido concedeu a independência à Rodésia do Norte, com o nome de Zâmbia. Mas a Rodésia do Sul se recusou, a menos que fossem dadas garantias de que o governo seria eleito pelo sufrágio universal. Um ano depois, o primeiro-ministro da Rodésia do Sul, Ian Smith, declarou unilateralmente a independência em 11 de novembro de 1965 e promulgou uma nova constituição através da qual o país adotava o nome de República da Rodésia. Mas a independência só foi reconhecida quinze anos depois, em 18 de abril de 1980, com o nome de Zimbábue.
Em 1969, uma minoria branca votou em um referendo a favor da república como forma de governo, a qual só foi declarada no ano seguinte, embora não tenha sido reconhecida nem pelo Reino Unido nem pela ONU. Em seguida, começou um conflito sangrento que durou mais de uma década. Em 1979, acordou-se uma trégua (Acordo de Lancaster House) e, após um ano, a maioria negra pôde votar e ser votada pela primeira vez em eleições, sendo eleito primeiro-ministro o moderado bispo Abel Muzorewa, que batizou o país sob o nome de Zimbábue-Rodésia. Muzorewa concordou em uma transição, através de um governador britânico, até a realização de eleições no ano seguinte. A partir daí, o Reino Unido e a ONU reconheceram a independência do Zimbábue, que já havia sido declarada quinze anos antes. A União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU) ganhou as eleições.
Em 12 de agosto de 1984, o ZANU procurou estabelecer um estado socialista. Dois anos depois, Mugabe anunciou medidas para reprimir os lugares ocupados por brancos na assembleia. Em 2 de dezembro de 1987, Robert Mugabe foi nomeado como o primeiro chefe executivo do Zimbábue. Mugabe foi reeleito em março de 1990. Em 1991, o ZANU oficialmente abandonou seus ideais socialistas, mas promoveu um reforma agrária que serviu para estatizar grandes propriedades dos brancos. A forma como foi feita a expropriação tem sido frequentemente considerada controversa, devido à violência empregada para ocupar tais propriedades. Diferentes organizações internacionais, grupos independentes de direitos humanos e o partido político maior de oposição, o Movimento para a Mudança Democrática, reclamaram sobre a falta de transparência no sistema de redistribuição das terras. Robert Mugabe continua no poder, desde 1981. Nas eleições sucessivas desde 1996, a contagem dos votos têm gerado dúvidas na oposição, tanto a nível interno quanto externo. O governo de Mugabe enfrenta uma crescente oposição, dada a crise econômica no país. O governo acredita que a pressão ocidental sobre Mugabe tem sido o resultado do crescimento das relações económicas com a República Popular da China e a disputa entre a República Popular da China e os Estados Unidos quanto aos recursos minerais do subsolo do Zimbábue.
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